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Hospital São Vicente de Paulo, de Cruz Alta, conseguiu pagar funcionários com recursos estaduais bloqueados pela Justiça
Três hospitais da região voltam a atender a população com o retorno de funcionários que estavam em greve: São vicente de Paulo, de Cruz Alta; Associação Hospital de Agudo, de Agudo; e Instituto de Saúde Educação e Vida (ISEV), de Cacequi.
Após 26 dias em greve para receber salários atrasados, os funcionários do São Vicente de Paulo voltaram ao trabalho nessa segunda-feira. A estimativa é que 260 cirurgias eletivas deixaram de ser feitas nesse período.
Conforme a assessoria da instituição, eram feitas de 15 a 20 procedimentos cirúrgicos por dia, número que caiu após a paralisação, variando de seis a 10 cirurgias diárias. O São Vicente está entrando em contato com pacientes para reagendar as cirurgias e a expectativa é que a demanda seja normalizada nos próximos dias.
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O acordo com os trabalhadores foi firmado na manhã dessa segunda-feira. Eles pararam as atividades no dia 20 de novembro, levando o hospital a cancelar consultas e cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição pretende pagar hoje 50% da folha de outubro. As folhas de novembro e dezembro e o 13º deverão ser pagas até o final do ano, assim que entrarem recursos. A folha de setembro foi paga depois que o hospital conseguiu bloquear, na Justiça, R$ 1,8 milhão do montante devido pelo governo do Estado.
Em nota divulgada na segunda-feira, a direção do hospital comunica o retorno das internações clínicas e das cirurgias eletivas pelo SUS. Dos 476 funcionários, mais de 70% pararam as atividades. Os outros 30% seguiram trabalhando, conforme acordo com o sindicato da categoria.
Hospital de Cruz Alta suspende internações e cirurgias eletivas
Além desse recurso que já foi utilizado e do que o Estado ainda deve, são aguardados mais R$ 1,9 milhão. Desse montante, R$ 1,5 milhão são de uma emenda intermediada pelo deputado federal eleito Pedro Westphalen (PP). O recurso virá do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Municipal, administrado pela prefeitura.
No entanto, para poder repassar ao hospital, o Executivo precisa de autorização da Câmara de Vereadores. Segundo o prefeito Vilson Roberto dos Santos (PT), que participou das negociações para o fim da greve, a Câmara deverá convocar uma sessão extraordinária para aprovar a operação. Depois disso, a liberação dependerá de trâmites no Ministério da Saúde.
Os outros R$ 400 mil são de uma emenda do deputado federal Darcísio Perondi (MDB) e virão direto para o Fundo Estadual de Saúde, administrado pelo governo do Estado.
- Esses recursos dão uma sobrevida ao hospital, mas não resolvem a situação - alerta Vilson Roberto.
Hospital de Agudo entra em greve e só atende urgência e emergência
Em Cacequi, grevistas retornam, mas impõem condição
Os funcionários da Associação Hospital Agudo encerraram a greve na semana passada, mas a negociação com a direção continuará nesta terça-feira, dia em que o plantão diurno deverá retomar os atendimentos. Na sexta-feira, o Estado repasou dos R$ 600 mil que deve. Já os atendimentos na área de otorrinolaringologia não têm data prevista para serem retomados porque dependem de acordo com os médicos. Em Agudo, a greve começou no dia 30 de novembro.
Parte de funcionários do Hospital de Cacequi tem salários pagos
Segundo Wilhelm, o Estado deve em torno de R$ 600 mil ao hospital de Agudo.
Em Cacequi, a greve no Instituto de Saúde e Educação Vida (ISEV) niciou no dia 28 de novembro suspendendo consultas, internações e exames.
Os grevistas receberam o salário de outubro e decidiram retornar, mas com a condição de receberem parte dos atrasados até 22 de janeiro. Eles exigem o 13º e os meses de fevereiro e março de 2017. O ISEV ainda deve a folha de novembro de o 13º de 2018.